30/11/2017 – Destaques do dia

– Mercado corrigiu expectativas para PIB de 2018 e inflação deste e do próximo ano
– PIB do terceiro trimestre deverá crescer 0,2%, em função da alta do consumo
– Avanço da confiança da construção em outubro reforçou aceleração do crescimento no quarto trimestre
– Menor demanda para geração de energia elétrica puxou queda do consumo de gás natural em setembro
– Telefonia fixa manteve trajetória de queda em setembro, segundo a Anatel
– Arrecadação superou as expectativas, ao subir 4,5% em outubro, de acordo com a Receita Federal
– BanRep reduziu a taxa de juros da Colômbia para 4,75%, deixando aberta a possibilidade de mais cortes nas próximas reuniões

 

Mercado corrigiu expectativas para PIB de 2018 e inflação deste e do próximo ano

O mercado alterou suas estimativas para a inflação deste e do próximo ano e para o PIB de 2018, segundo projeções coletadas até o dia 24 de novembro e divulgadas há pouco pelo Relatório Focus do Banco Central. A mediana das expectativas para o IPCA deste ano foi alterada de 3,09% para 3,06%, enquanto a de 2018 passou de 4,03% para 4,02%. Já a mediana das expectativas para o crescimento do PIB permaneceu em 0,73% para este ano e foi de 2,51% para 2,58% para 2018.  As expectativas para a mediana da taxa Selic mais uma vez não se alteraram, permanecendo em 7,0% para ambos os anos. Por fim, as projeções medianas para a taxa de câmbio para o final deste ano se mantiveram em R$/US$ 3,25 em 2017 e R$/US$ 3,30 em 2018.

Destaques da Semana
PIB do terceiro trimestre deverá crescer 0,2%, em função da alta do consumo
Os indicadores de atividade deverão continuar reforçando o cenário de recuperação gradual da economia nacional. O PIB do terceiro trimestre, que será divulgado na sexta-feira, deverá crescer 0,2% em relação ao trimestre anterior, puxado novamente pela boa dinâmica do consumo das famílias (para o qual esperamos alta de quase 1,0% na margem). Já os dados de mercado de trabalho continuarão a mostrar a boa dinâmica da ocupação. Por fim, o resultado primário do Tesouro, que será conhecido amanhã, deverá registrar superávit de R$16,5 bilhões em outubro, beneficiado pelo montante recebido pela concessão da Cemig. Na agenda internacional, destaque para a sabatina de Jerome Powell amanhã no senado norte-americano, que deverá reforçar seu perfil gradualista. Ao mesmo tempo, os dados de inflação da Área do Euro deverão continuar mostrando dinâmica moderada.

Atividade
– FGV: avanço da confiança da construção em outubro reforçou aceleração do crescimento no quarto trimestre
Em linha com o observado nas sondagens da indústria, a confiança do setor de construção também registrou alta em novembro, de acordo com os dados divulgados há pouco pela FGV. O índice de confiança subiu 1,1 ponto na passagem outubro para novembro, atingindo 79,1 pontos na série com ajuste sazonal. Tal movimento refletiu a melhora do componente de situação atual, que passou de 66,2 para 69,2 pontos, enquanto o componente de expectativas recuou 0,8 ponto para 89,4 pontos. A melhora dos indicadores de confiança em outubro corrobora nossa expectativa de aceleração do crescimento do PIB no quarto trimestre.

– Abegás: menor demanda para geração de energia elétrica puxou queda do consumo de gás natural em setembro
O consumo interno de gás natural atingiu 75 milhões de metros cúbicos por dia em setembro, segundo dados divulgados na última sexta-feira pela Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás). Tal nível representa uma queda de 5,4% em relação a agosto, de acordo com os dados dessazonalizados pelo Depec-Bradesco. Essa retração foi puxada pela baixa do consumo destinado à geração de energia elétrica, que caiu 7,7%. O resultado pode ser lido como um pequeno ajuste frente à alta observada nos meses anteriores, que resultou em aumento de 100% do consumo de gás natural para energia desde julho. No sentido oposto, o consumo voltado à indústria cresceu 0,3%, corroborando a expansão da produção industrial conforme já divulgado pelo IBGE. Este componente continuará em expansão nos próximos meses, ao passo que a demanda para geração de energia deve se manter em elevado patamar, dado o número de térmicas acionadas.

– Anatel: telefonia fixa manteve trajetória de queda em setembro
As linhas de telefonia fixa somaram 41,1 milhões em setembro, conforme divulgado na última sexta pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). O número representa uma baixa de 2,8% em relação ao mesmo mês de 2016, com diminuição de 1,13 milhão de linhas nos últimos doze meses. Esse resultado reflete a mudança de hábito para telefonia celular dos últimos anos, trajetória que deve se manter nos meses à frente.

Fiscal
– Receita Federal: arrecadação superou as expectativas, ao subir 4,5% em outubro
A arrecadação atingiu R$ 121,1 bilhões em outubro, uma alta real de 4,5% na comparação com o mesmo período do ano passado. Esse resultado superou a mediana das projeções do mercado, de receitas de R$ 116,3 bilhões. No ano, as receitas caíram 0,8% em termos reais. Em outubro, a arrecadação foi favorecida pelas receitas do programa de regularização tributária (RERCT) e pelo leilão de concessão de hidrelétricas. A recuperação da atividade, que está ganhando tração nos últimos meses, deve manter a arrecadação federal em recuperação. No ano, projetamos déficit primário de R$ 159 bilhões – equivalente à meta fiscal do governo.

Internacional
– Colômbia: BanRep reduziu taxa de juros para 4,75%, deixando aberta a possibilidade de mais cortes nas próximas reuniões

O Banco Central da Colômbia (BanRep) cortou a taxa básica de juros para 4,75%, em linha com a mediana das estimativas do mercado. Assim como ocorreu nas reuniões anteriores, a decisão não foi unânime, com cinco membros do comitê de política monetária votando pela redução de 0,25p.p. e dois membros optando pela manutenção. No comunicado divulgado logo após a decisão, o BanRep deu destaque à surpresa favorável com a inflação mais controlada e se mostrou mais preocupado com a desaceleração da atividade doméstica. Sendo assim, dado esse diagnóstico, acreditamos que se abre a possibilidade de maiores cortes até o final do primeiro trimestre de 2018.

Tendências de Mercado
Os mercados acionários iniciam a semana sem tendência única. As bolsas asiáticas fecharam o pregão com perdas, com destaque para a Bolsa de Shanghai, que caiu 1,3%. Já as bolsas europeias operam no campo positivo, mesma direção apontada pelos índices futuros para as bolsas dos Estados Unidos na volta do feriado.  No mercado de divisas, o dólar registra pequena variação ante as moedas dos principais países.

No mercado de commodities, o petróleo inicia a semana em queda, à espera da reunião da Opep marcada para quinta-feira, na qual os países membros devem anunciar uma extensão do acordo que limita a produção para o próximo ano. As principais commodities agrícolas operam em queda, com exceção do café. Os metais industriais são negociados em queda, devolvendo parte dos ganhos da última semana.

O mercado de juros deve reagir à evolução das projeções constantes no relatório Focus, divulgado há pouco pelo Banco Central. Na agenda doméstica, conheceremos os dados semanais da balança comercial e do relatório mensal da dívida pública federal.

Fonte Depetc-Bradesco

Notícia selecionada por Meirelles e Meirelles Advogados

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