19/10/2020 – Destaque Econômico

A despeito da surpresa negativa com o PIB do terceiro trimestre, dados mostram que transição para o quarto trimestre está ocorrendo de forma muito favorável.

  • A expansão interanual do PIB de 4,9% representa uma aceleração em relação ao registrado no segundo trimestre (3,2%), mas frustrou as expectativas (5,2%). Contudo, essa surpresa baixista foi minimizada pelos bons resultados dos indicadores de setembro. Também na métrica interanual, a produção industrial manteve a trajetória de aceleração, avançando 6,9%, maior taxa desde dezembro e bem acima do esperado (5,8%). Já as vendas do varejo subiram 3,3% no período (ante a expectativa de 1,8%), reforçando a tendência de recuperação também da demanda. Os investimentos em ativos fixos, por sua vez, cresceram 0,8% no acumulado do ano até setembro, em linha com o esperado e revertendo a sequência de taxas negativas observadas desde o começo de 2020. Por fim, a taxa de desemprego recuou de 5,6% em agosto para 5,4% no mês passado, atingindo o menor patamar desde janeiro. Esses dados corroboram as tendências sugeridas pelas exportações e pelos dados de crédito, reforçando a visão de que, na ausência de uma segunda onda de contágio e na manutenção dos estímulos, a atividade econômica chinesa continuará se recuperando.

Mercado continuou revisando para cima as expectativas de inflação e taxa de câmbio deste ano.

  • Segundo o relatório Focus, divulgado há pouco pelo Banco Central, o mercado espera contração de 5,00% do PIB deste ano (ante 5,03% na leitura anterior) e, para o ano que vem, a expectativa passou de crescimento de 3,50% para 3,47%. Em relação ao IPCA, a mediana das projeções para 2020 passou de 2,47% para 2,65%, enquanto para 2021, permaneceu em 3,02%. Para a taxa de câmbio, a mediana das expectativas para o final deste ano subiu de R$/US$ 5,30 para R$/US$ 5,35 e, para o ano que vem, continuou em R$/US$ 5,10. Por fim, a mediana das projeções para a taxa Selic permaneceu em 2,0% e 2,5% para o final de 2020 e 2021, respectivamente.

Continuidade da recuperação norte-americana depende da renovação de estímulos fiscais.

  • Nos EUA, as vendas do setor varejista cresceram 1,9% na margem em setembro. Nesse sentido, a formação de poupança no país, por conta das transferências emergenciais de auxílio desemprego, parece estar estimulando o consumo. Já a produção industrial no país recuou 0,6% no mesmo período, recuando pela primeira vez após quatro meses seguidos de alta e houve queda do uso da capacidade instalada em 0,5 ponto percentual, para 71,5%. Por fim, os riscos, sobretudo associados à pandemia, apontam para alguma desaceleração da atividade econômica à frente, se os estímulos fiscais não forem renovados.

Mercados iniciam semana no campo positivo, a despeito das preocupações com a pandemia

  • Investidores deixaram em segundo plano a surpresa negativa com o PIB chinês e a ampliação de medidas de distanciamento social na Europa, diante do aumento das expectativas acerca de um pacote de estímulos nos EUA. A presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, disse ontem que um acordo precisa ser alcançado em até 48 horas. Hoje, as atenções estarão voltadas para a participação do presidente do Fed em um evento do FMI. Em meio a esses temas, os mercados acionários operam em alta e o dólar se enfraquece ante as demais moedas. Contudo, os preços dos contratos futuros de petróleo recuam, com investidores à espera de uma reunião nesta segunda-feira da Opep e seus parceiros, para tratar do acordo de redução da oferta.
  • Fonte: Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos Bradesco
  • Notícia selecionada por Meirelles e Meirelles Advogados – Empresarial Limeira SP