Desaceleração do ritmo de crescimento chinês deverá continuar nos próximos meses.
- A expansão interanual de 7,9% do PIB da China registrada no segundo trimestre veio levemente abaixo do esperado, com expansão de 1,3% em relação ao primeiro trimeste. Os resultados de junho, por outro lado, surpreenderam de forma positiva. No mês passado, a produção industrial avançou 8,3% em relação ao mesmo período do ano passado, superando as expectativas do mercado (+7,9%). As vendas do comércio varejista, por sua vez, registraram alta interanual de 12,1% no mesmo período, também acima do esperado (+10,8%). Já os investimentos em ativos fixos, considerando o acumulado no ano, desaceleraram de uma alta interanual de 15,4% em maio para outra de 12,6% em junho. Esse conjunto de indicadores aponta para uma transição favorável para o terceiro trimestre, sustentada principalmente pelo lado da oferta, que tem sido beneficiada pela demanda externa ainda aquecida. Para o segundo semestre, esperamos crescimento entre 5 e 6% e a condução da política econômica – após normalização já ocorrida – deverá suavizar a desaceleração do crescimento.
Recuperação da economia norte-americana ganhou força no segundo trimestre.
- O Livro Bege, divulgado ontem pelo Fed, apontou que a economia dos EUA cresceu de forma moderada a robusta entre o fim de maio e começo de julho. De acordo com o documento, vários distritos reportaram efeitos positivos em setores de transporte, viagens, turismo, indústria e serviços não financeiros, com avanços acima da média. No entanto, a publicação também apontou que as interrupções do lado da oferta se tornaram mais generalizadas, incluindo escassez de materiais e mão-de-obra, atrasos nas entregas e baixos estoques de vários bens de consumo. Com relação aos preços, o relatório mostrou que, no período pesquisado, a maioria dos distritos viu alta forte nos preços, com destaque para os preços de hospitalidade, que avançaram de forma mais ampla e severa, com a reabertura de restaurantes e hotéis. Durante discurso feito ontem, o presidente do Fed, Jerome Powell, reforçou a leitura de que a alta da inflação está dentro do arcabouço de política monetária, já que reflete principalmente fatores transitórios. De todo modo, Powell afirmou também que haverá uma nova rodada de discussões sobre o tapering na reunião do FOMC deste mês.
Aumento persistente dos preços e retomada econômica têm levado mais bancos centrais do mundo a iniciar a normalização da política monetária.
- Ontem, o banco central do Chile decidiu por unanimidade elevar a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, para 0,75% ao ano. No comunicado, a instituição avaliou que as pressões sobre os custos têm persistido mais do que o esperado, seja por dificuldades no fornecimento de mercadorias, aumento dos gastos em transporte, seja pela elevação dos preços de insumos e matérias-primas. Também ontem, o banco central do Canadá manteve a taxa básica de juros inalterada em 0,25%, mas reduziu o volume de compras semanais de bônus em seu programa de relaxamento quantitativo, diante de progressos em direção à recuperação econômica.
Recuo do IBC-Br em maio não altera nossa leitura favorável da atividade econômica do segundo trimestre.
- Conforme divulgado pelo Banco Central ontem, o IBC-Br, proxy mensal do PIB, recuou 0,4% na passagem de abril para maio, frustrando as expectativas de elevação de 1,1%. As aberturas do indicador não são divulgadas, mas as recorrentes revisões da série histórica explicam ao menos parte da surpresa, já que as pesquisas do IBGE apontam que indústria, comércio e serviços tiveram desempenho positivo no período.
Cautela predomina e mercados operam no campo negativo nesta quinta-feira.
Os mercados acionários recuam e o dólar se fortalece ante as demais moedas, refletindo as preocupações com a inflação global, mesmo após o presidente do Fed reforçar a leitura de que manterá a política monetária dos EUA acomodatícia por bastante tempo. Os preços do petróleo recuam, refletindo o avanço dos estoques norte-americanos na última semana.
Fonte: Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos Bradesco
Notícia selecionada por Meirelles e Meirelles Advogados – Empresarial Limeira
