13/10/2020 – Destaque Econômico

-Expectativas para inflação e taxa de câmbio foram revisadas para cima na última semana. Segundo o relatório Focus, divulgado há pouco pelo Banco Central, o mercado espera contração de 5,03% do PIB deste ano (ante 5,02% na leitura anterior) e crescimento de 3,5% no próximo ano. Em relação ao IPCA, a mediana das projeções para 2020 subiu de 2,12% para 2,47%, enquanto que para 2021, passou de 3,00% para 3,02%. Para a taxa de câmbio, a mediana das expectativas para o final deste ano subiu de R$/US$ 5,25 para R$/US$ 5,30 e, para o ano que vem, de R$/US$ 5,00 para R$/US$ 5,10. Por fim, a mediana das projeções para a taxa Selic permaneceu em 2,0% para o final de 2020 e, para o final de 2021, foi mantida em 2,5%.
– Preços de alimentação impulsionaram inflação em setembro, enquanto núcleos seguem benignos.  O IPCA de setembro avançou 0,64%, conforme divulgado na última sexta-feira. Em relação a agosto, quando a inflação tinha subido 0,24%, o dado reportado foi pressionado pela forte aceleração dos preços de alimentação no domicílio. Entre os itens, destaque para arroz, óleo de soja e carnes. Além disso, os preços de alimentação fora do domicílio também aceleraram. As medidas de núcleos avançaram em resposta à retomada da economia, mas continuam com variações comportadas. Dessa forma, as recentes pressões na inflação devem ser monitoradas, mas, por ora, avaliamos que a aceleração tem ocorrido sem pressões significativas sobre os núcleos.  
– Forte aumento de importações em setembro indica que retomada da economia chinesa segue ganhando tração. O saldo comercial do período, de US$ 37 bilhões, ficou abaixo do registrado em agosto de 2019 (US$ 39,1 bilhões). A surpresa é explicada pela forte ampliação das importações, de 13,2% na métrica internanual (ante a expectativa de alta de 0,3%). Esse aumento, que veio após duas quedas consecutivas, pode ter sido influenciado pela antecipação de compras por conta de restrições impostas pelos EUA no setor de tecnologia e comunicação. Ainda assim, há uma melhora espraiada, considerando produtos manufaturados e commodities. Já as exportações subiram 9,9%, em linha com o esperado.  
– Redução das estimativas globais das safras de soja e milho gera pressões altistas sobre os preços dessas commodities. Na sexta-feira o USDA atualizou suas estimativas para o ciclo 2020/21. No caso da soja, os EUA contribuíram para o recuo da estimativa para a produção global (de 370 para 369 milhões de toneladas). Ao mesmo tempo, as previsões de consumo global foram ajustadas para cima, o que deverá resultar em estoques finais menores. Da mesma forma, para o milho, houve uma revisão baixista da produção e dos estoques finais. Para a safra do Brasil, a projeção foi mantida em 110 milhões de toneladas. Por fim, para o trigo, o aumento das estimativas de produção e estoques foi puxado pela previsão para a safra russa.  
– Mercados operam no campo negativo nesta terça-feira. A cautela dos investidores reflete a divulgação de balanços corporativos nos EUA, as dificuldades de um desfecho nas negociações do Brexit e as notícias sobre a paralisação de testes da vacina de uma grande empresa global. Na Europa, o índice ZEW de expectativas econômicas recuou de 77,4 para 56,1 pontos entre setembro e outubro, em magnitude muito maior do que a esperada (queda para 74), o que também contribui para aumento da aversão ao risco. Nesta manhã, os mercados acionários operam em queda e o dólar se fortalece ante as demais moedas. Contudo, as cotações do petróleo avançam, revertendo mais da metade das perdas de ontem .
Fonte: Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos Bradesco
Notícia selecionada por Meirelles e Meirelles Advogados – Empresarial Limeira SP