12/08/2020 Destaque Econômico – Retomada da atividade industrial

Retomada da atividade industrial em junho ocorreu de forma espraiada entre os estados brasileiros. A recuperação em curso da economia brasileira não tende a ocorrer na mesma magnitude entre as regiões, como capturado em indicadores de comércio e serviços. Contudo, o dado mais recente de produção industrial, que avançou 8,9% entre maio e junho na média nacional, mostra um quadro mais homogêneo entre as regiões. Esse incremento foi explicado pela alta em quatorze das quinze regiões pesquisas pelo IBGE, como divulgado ontem na abertura regional. Os maiores avanços na margem foram registrados no Amazonas (+65,7%), Ceará (+39,2%), Rio Grande do Sul (+12,6%) e São Paulo (10,2%), sendo que, com exceção do Ceará, o desempenho da indústria automotiva teve participação significativa no resultado do mês. Por outro lado, Mato Grosso foi o único local a registrar retração no período.  
Melhora da expectativa de oferta de grãos no Brasil é decorrente, em grande medida, da melhora da produtividade. A produção brasileira da safra de grãos 2019/20 deverá ser de 253,7 milhões de toneladas, 4,8% acima do nível verificado na safra anterior, de acordo com atualização mensal divulgada ontem pela Conab. As alterações em relação ao último levantamento se concentraram nas culturas de feijão, milho e trigo, explicadas por ganhos de produtividade. Mesmo com essa perspectiva mais positiva para a safra agrícola, o cenário de preços elevados de grãos não deverá ser alterado, em função da maior demanda por alimentos, interna e externamente.  
Recuperação da demanda global e ajuste de oferta devem sustentar cotações internacionais do petróleo nos níveis atuais. Divulgado ontem, o relatório mensal do Departamento de Energia do EUA (EIA) apontou uma visão mais positiva em relação ao consumo mundial da commodity, comparativamente ao estimado na leitura do relatório anterior. Contudo, essa retomada tende a ser bastante lenta, com a demanda atingindo 93,1 milhões de barris/dia neste ano. Trata-se de um aumento em relação à estimativa anterior, de 92,9 milhões de barris/dia, mas um nível 8% inferior ao observado em 2019. Do lado da oferta, a produção mundial deverá cair para 94,2 milhões de barris/dia (ante os 94,6 milhões estimados anteriormente), resultando em estoques mais ajustados. Esse cenário é compatível com a manutenção da expectativa de preços do petróleo Brent por volta de US$ 40 a US$ 45/barril ao fim de 2020, ante os níveis em torno de US$ 65/barril na média do ano passado.  
Expectativa em torno de vacina mantém mercados no campo positivo nesta quarta-feira. Investidores ainda reagem positivamente às notícias de que a Rússia registrará a primeira vacina para a Covid-19. Além disso, há a expectativa de ampliação dos estímulos fiscais nos EUA. Dessa forma, o avanço da pandemia, as tensões sino-americanas e os dados de atividade econômica passaram a pesar menos nos negócios, pelo menos temporariamente. O PIB do Reino Unido teve contração de 20,4% no segundo trimestre. Já a produção industrial da Área do Euro avançou 9,1% na passagem de maio para junho, abaixo do esperado (+9,5%). Os mercados acionários operam em alta, enquanto o dólar não apresenta direção única frente às demais moedas. Por fim, os preços dos contratos futuros de petróleo e das commodities agrícolas avançam.  
Fonte: Departamento de Pesquisa e Estudos Econômicos Bradesco
Notícia selecionada por Meirelles e Meirelles Advogados – Limeira/SP