09/09/2020 – Destaque Econômico

Exportações de commodities continuam impulsionando o superávit comercial em setembro

  • . Na primeira semana de setembro, a balança comercial apresentou superávit de US$ 1,8 bilhão, resultante do saldo entre US$ 4,1 bilhões para as exportações e US$ 2,3 bilhões das importações. Entre os embarques, que avançaram 6,7% em relação à média diária do mesmo período do ano passado, vale destacar o bom desempenho do milho, assim como as vendas de açúcar, minério de ferro e suco de laranja. Já as importações recuaram 25,8% na comparação interanual, mas se recuperam gradualmente, puxadas por laticínios e produtos químicos. No acumulado do ano, o superávit comercial soma US$ 38,1 bilhões, 12,7% acima do registrado no mesmo período de 2019.

Inflação chinesa em agosto, passado o choque de alimentos, começa a aliviar, refletindo a ausência de pressões de demanda.

. A inflação ao consumidor registrou alta interanual de 2,4% em agosto, abaixo do registrado em julho (2,7%) e em linha com o esperado. Essa desaceleração foi influenciada principalmente pela descompressão de preços de alimentos, especialmente de carnes. Já os preços de outros bens e de serviços continuam oscilando em torno de taxas próximas a zero, sugerindo que não há pressão de demanda. A inflação ao produtor, por sua vez, registrou queda interanual de 2,0% no mês passado. Essa deflação, a sétima consecutiva, é menos intensa do que a observada na leitura de julho (-2,4%) e também veio em linha com o esperado. Deflações ao produtor menos intensas estão incorporando, em grande medida, a recuperação das cotações de commodities e sugerem melhores perspectivas para os lucros industriais.

A despeito das incertezas com a economia global, mercados ensaiam recuperação nesta quarta-feira.

Cenário de dólar fraco deve se materializar de forma heterogênea entre as economias da América Latina

  • Desde de o final de março, o dólar norte-americano começou a perder valor em escala global. Porém, esse comportamento se deu de forma mais pronunciada frente às moedas dos países desenvolvidos comparativamente aos emergentes.
  • Analisando o desempenho do dólar contra a cesta de moedas dos países emergentes, chama especial atenção a grande divergência entre as divisas das principais economias da América Latina. Apesar da recuperação da atividade global e dos preços das principais commodities, as moedas dos países da América Latina parecem não ter capturado essa melhora sugerida pelo cenário externo.
  • A grande forte desaceleração econômica, somada à fragilidade fiscal e externa das economias, ajuda a explicar a diferença entre o comportamento das moedas da região.
  • Olhando à frente, a manutenção dos juros baixos nos EUA por mais tempo, com a mudança no arcabouço de política monetária, favorece a manutenção do cenário de dólar fraco por mais tempo. Contudo, as economias menos afetadas pela crise da pandemia do coronanavírus e com fundamentos externos e fiscais mais sólidos devem ser beneficiadas nesse processo.
  • Em relação ao Brasil, acreditamos que a volatilidade recente está muito atrelada ao cenário global de ainda elevada aversão ao risco e a incertezas quanto à política fiscal doméstica, uma vez que os fundamentos externos da economia brasileira continuam bastante robustos.

Fonte: Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos Bradesco

Notícia selecionada por Meirelles e Meirelles Advogados – Empresarial Limeira SP