04/08/2020 – Destaque Econômico –

Exportações elevadas de commodities beneficiaram o saldo comercial de julho. A balança comercial encerrou o mês de julho com superávit de US$ 8,1 bilhões, resultante de exportações em US$ 19,6 bilhões e de importações em US$ 11,5 bilhões. O embarques continuam relativamente firmes (-2,9% ante a média de julho do ano passado), com destaque para açúcar e para a alta das exportações de milho, que voltam para o padrão sazonal. Houve acomodação das vendas de celulose e soja no período, mas as vendas seguem acima da sazonalidade. Do lado das importações (-35% na comparação interanual), há uma recuperação gradual, concentrada em fertilizantes, equipamentos e cereais. Por fim, a balança comercial acumula superávit de US$ 30,4 bilhões neste ano.
Quedas dos preços de vestuário e de mensalidades escolares levaram à desaceleração do IPC-FIPE em julho. A inflação ao consumidor na cidade de São Paulo, medida pelo IPC-FIPE, subiu 0,25% em julho. Em relação ao mês anterior, quando o indicador teve alta de 0,39%, as deflações de vestuário, de despesas pessoais (puxada por despesas com viagens) e de educação (por conta de descontos no ensino escolar) foram os principais vetores baixistas. No mesmo sentido, houve uma moderação na alta de alimentação, influenciada pela queda dos preços de alimentos in natura. Já habitação e transportes, em função dos reajustes de energia elétrica e de combustíveis, aceleraram no período e exerceram alguma pressão sobre o indicador agregado.  
Indicadores reforçam percepção de recuperação da atividade industrial global neste terceiro trimestre. O índice PMI global da indústria, estimado pelo Depec, avançou de 48,6 em junho para 50,2 em julho. A alta foi bastante difundida entre os países da amostra, principalmente entre as economias avançadas. Para vários países, o indicador se encontra acima do nível neutro, de 50 pontos, o que sugere expansão do setor. Em relação aos próximos meses, a continuidade da retomada dependerá principalmente do controle da pandemia. O risco de segunda onda de contágio segue presente, mas esse cenário vem se tornando cada vez menos provável em escala global.  
Cautela predomina e mercados operam sem direção única nesta terça-feira. Investidores acompanham a divulgação de balanços corporativos, mantendo no radar as tensões sino-americanas e o avanço da pandemia em vários países. As atenções também estão voltadas às negociações no Congresso norte-americano para novos estímulos à economia local. Ontem, presidentes das distritais do Fed pediram aumento de gastos do governo para auxiliar no controle da doença no país e na retomada da economia. Assim, os mercados acionários e o dólar, frente às demais moedas, não apresentam direção única. Por fim, os preços dos contratos futuros de petróleo registram perdas, refletindo também as preocupações com o aumento da oferta por parte da Opep e seus parceiros.
Fonte: Depto. Pesquisas Econômicas Bradesco
Notícia selecionada por Meirelles e Meirelles Advogados – Limeira/SP