03/09/2020 – Destaque Econômico

Mercado de trabalho formal voltou a surpreender

> A economia segue sua trajetória de recuperação, no Brasil e no mundo. Os números da pandemia ainda não mostram a doença completamente controlada, inclusive com aumento do número de casos na Europa. Até agora, não há um aumento similar no número de óbitos ou excesso de pressão sobre os sistemas de saúde, por isso, não há tendência de novo fechamento das economias. Mas essa dinâmica deve ser acompanhada com cautela.  
> O PIB caiu 9,7% no segundo trimestre do ano, mas os sinais de recuperação do comércio, indústria e do mercado formal de emprego devem levar a crescimento de 9% no terceiro trimestre. Para este ano, mantivemos nossa expectativa de queda de 4,5% do PIB, com crescimento de 3,5% no ano que vem. Apesar do resultado fraco no segundo trimestre, os dados de julho e agosto mostram uma tendência de recuperação mais acelerada. O comércio já vinha apresentado resultados melhores desde junho, posteriormente puxando a indústria. O setor de construção civil também registra resultados mais positivos. No entanto, serviços seguem em ritmo mais lento de recuperação, uma vez que parte de seus segmentos não pode operar em plena capacidade em respeito às normas sanitárias. Nesse sentido, as notícias de avanços no desenvolvimento de vacinas são muito relevantes. Se uma vacina estiver disponível para a população no começo de 2021, esses setores poderão voltar a atuar plenamente.  
> O mercado de trabalho formal surpreendeu e voltou a registrar contratação líquida. Essa dinâmica também confirma uma recuperação no segundo semestre de 2020, quando ainda há estímulos fiscais em vigor. Tanto o auxílio emergencial para as famílias quanto as medidas para as empresas têm gerado estímulo suficiente para crescimento no terceiro trimestre, com efeito inclusive sobre o mercado de trabalho formal.   > O desafio de controlar as contas públicas deve continuar presente. Os estímulos – justificáveis e necessários – têm um custo fiscal relevante e a dívida pública deverá atingir 98% do PIB neste ano. Há necessidade de medidas de controle de gastos para os próximos anos. Sem comprometimento explícito com essa pauta, podemos ver deterioração dos ativos brasileiros, como uma taxa de câmbio mais elevada.  
> Por fim, em um ambiente em que as pressões inflacionárias não são repassadas ao consumidor final, esperamos Selic estável até o final deste ano, em 2%.  

Fonte: Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos Bradesco

Notícia selecionada por Meirelles e Meirelles Advogados – Empresarial Limeira SP